25 de setembro de 2009

Resenha: A INCLUSÃO QUE É “NOSSA” E A DIFERENÇA QUE É DO “OUTRO”, Skliar, C.

Por Grace Kelly Luz e Débora Sucupira
O capítulo escrito por Carlos Skliar, pesquisador da área de Educação da Facultad Latinoamericana de Ciências Sociales (Flacso), Argentina, questiona a respeito da educação especial e a crise da “normalidade” considerando os argumentos da pedagogia e as suas (aparentes e permanentes) mudanças, termos descritos pelo próprio autor no desvelar das suas idéias que conduzem a uma reflexão que coloca sob suspeita as conceituações sobre “problemáticas” inerentes à educação especial para além de uma questão de paradigmas; assim como discute, pensando, antes de mais nada, na complexa relação e/ ou oposição entre a questão do outro e a obsessão pelo outro:
“A pergunta que gostaria de fazer neste texto bem poderia ser: constituem os argumentos da diferença, da preocupação com o outro, do respeito, da aceitação, do reconhecimento, da tolerância etc. um novo argumento educativo ou trata-se, mais uma vez, do velho e conhecido argumento da oposição binária entre exclusão e inclusão...Os “diferentes” respondem a uma construção, uma invenção, quer dizer, são reflexo de um largo processo que poderíamos chamar de “diferencialismo”, isto é, uma atitude – sem dúvida do tipo racista – de categorização, separação e diminuição de alguns traços, de algumas marcas, de algumas identidades, de alguns sujeitos, em relação ao vasto e por demais caótico conjunto de diferenças humanas... A meu ver, as diferenças não podem ser apresentadas nem descritas em termos de melhor e/ ou pior, bem e/ ou mal, superior e/ ou inferior, positivas e /ou negativas, maioria e/ ou minoria etc.São, simplesmente – porém não simplificadamente - , diferenças. Mas o fato de traduzir algumas dessas diferenças como “diferentes” – e já não simplesmente como diferenças – volta a posicionar essas marcas, essas identidades, esse “ser diferença” como contrárias, como opostas e negativas à idéia de “ norma”, do normal e, então, daquilo que é pensado e fabricado como o “correto”, o “positivo”, o “melhor” etc”.
O autor utiliza uma linguagem elaborada, às vezes exemplificativa, em uma constante crítica-reflexiva às contruções sobre as facetas da diferença e da inclusão, principalmente pela questão do matiz educacional, em meio ao desmascaramento dos estereótipos dos “padronismos” e “diferencialismos” e seus significados, conduzindo o leitor à elaboração de uma leitura desmistificadora, que traz o suspeitar de conceituações resolutivas ou investigativas, proporcionando novos olhares na relação diferença-inclusão eu e o outro. Nessa perspectiva, no mais das vezes, Skliar traz uma escrita densa e complexa em meio às argumentações.

3 comentários:

  1. O texto nos faz refletir a respeito da difrença fazendo-nos dar novos rumos ao olhar que temos sobre os deficientes

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  2. Diria que o texto trás uma abordagem bem reflexiva sobre conceitos fundamentais, como a inclusão e a diferença, como a Hulda comentou anteriormente, remete a um novo olhar sobre o “diferente”. Este assunto foi debatido em sala junto com outros colegas na nossa aula de encerramento, esse novo olhar que adquirimos após o primeiro contato com a disciplina, com o estudo aprofundado de assuntos que muitas vezes não fazem parte do nosso cotidiano é o mesmo presente no texto. Gostaria muito de obter informações sobre práticas inclusivas em escolas de Fortaleza, se alguém puder contribuir com esse assunto.

    Parabéns pelo trabalho!

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  3. Achei o trabalho bastante interessante e concordo quando o texto ressalta que não devemos encarar as diferenças como algo negativo.

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