Por Expedito e Camila
OMOTE, S. Deficiência e não-deficiência: recortes do mesmo tecido. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 1, n. 2, p. 65-74, 1994.
O texto “Deficiência e Não-Deficiência: recortes do mesmo tecido” é um artigo publicado na Revista Brasileira de Educação Especial, escrito pelo professor do Departamento de Educação Especial da Universidade Estadual Paulista UNESP/Marília, Sadao Omote.
O texto “Deficiência e Não-Deficiência: recortes do mesmo tecido” é um artigo publicado na Revista Brasileira de Educação Especial, escrito pelo professor do Departamento de Educação Especial da Universidade Estadual Paulista UNESP/Marília, Sadao Omote.
Omote inicia seu artigo discutindo a temática: diferença. O autor diz que as diferenças são inerentes ao homem e, por isso, criam enormes dificuldades aos estudiosos da psiquê humana, contudo esse é o mesmo motivo que torna tal pesquisa interessante.
Na sequência, o autor introduz o assunto “diferenças que atraem atenção especial” (p.66), insistentemente classificadas em categorias distintas. A própria Psicologia parece supor que os deficientes integram categorias especiais de pessoas. A maioria dos manuais de Psicologia do Deficiente trata exclusivamente de um tipo de deficiência ou dedica capítulos específicos para cada deficiência, e essa prática pode sugerir, até, por vezes, a idéia de que possam ser necessariamente teorias psicológicas especiais para se compreender o funcionamento das pessoas deficientes (p.66).
Omote alerta para o perigo desse tipo de definição, pois, segundo o autor, a deficiência é uma construção social. Certa audiência pode determinar uma característica como desviante do padrão e estigmatizá-la como deficiência. Na verdade, o desvio nem sempre constitui um problema, ou algo que afeta a (con)vivência de seus portadores. “Portanto, trata-se de uma questão antes política que lógica ou científica (médica, psicológica ou educacional)” (p.67). A deficiência não é algo que emerge com o nascimento de alguém ou com a enfermidade que alguém contrai, mas é produzida e mantida por um grupo social na medida em que interpreta e trata como desvantajosas certas diferenças apresentadas por determinadas pessoas (p.68,9).
Omote também alerta para a perigosa armadilha pela qual o estudioso da deficiência pode ser pego ao estudar o tema. Segundo ele, a “ciência lhe ensina uma série de coisas acerca da deficiência concebida como atributo” (p.71), mas, ao entrar em contato prático com os serviços administrativos destinados aos deficientes, o conceito é bem diferente do aprendido pela ciência. “Não encontra mais o caminho epistemológico que aprendeu a trilhar” (p.71). Sendo assim, o estudioso é levado a trilhar outro caminho epistemológico, “cujos critérios e requisitos para se considerarem corretos os conhecimentos administrativos levam esse estudioso a institucionalizar preconceitos e conferir-lhe um suporte científico aparente” (p.71).
Vale enfatizar – exposto isso – que devemos sempre interpretar a partir de qual contexto e de qual audiência a deficiência é interpretada para não cairmos no erro descrito acima.
Cabe-nos, então, aconselhar a leitura deste breve artigo publicado pela Revista Brasileira de Educação Especial como uma forma introdutória ao tema deficiência. Além disso, Omote, ao discutir o assunto, apresenta muitas fontes bibliográficas para aprofundar os temas abordados nesse artigo, o que – para os interessados – será de grande valia.
Muito bom o texto. Mostra muito do que foi visto nos textos estudados em sala de autoria da professora rita.
ResponderExcluirDeficiência e não deficiência, estereótipos do contrato social, mas deve partir de cada um de nós o desvencilhamento dos estigmas porque o ser humano não é objeto ou produto comercial, pelo menos não devia ser, para estar sendo taxado, marcado. Somos iguais na diferença porque a existência da diferença que faz parte da vida é que é a nossa igualdade.
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