20 de janeiro de 2010

A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a educação

Autoras: Alunas Isabel Cristina de Lima e Maria José de Lima

O presente trabalho propõe um estudo sobre a Língua Brasileira de Sinais, entendendo desde seu surgimento aqui no Brasil até dias atuais. Outro fator importante que será mencionado neste trabalho é fato de LIBRAS se tornar uma disciplina obrigatória, assim tornando possível maior abertura para o processo de inclusão. Trata-se de uma resenha conceitual embasada nos textos referendados na bibliografia citada no final do trabalho.

A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) constitui como uma das mais importantes linguagens para possibilitar o estabelecimento de comunicação entre os indivíduos com deficiência auditiva como também destes com os ouvintes, estabelecendo relações sociais que os integram. Na sociedade ouvinte a LIBRAS representa uma forma natural de linguagem emergida da necessidade de comunicação social. Além de ter o papel de compreensão da língua a LIBRAS representa a expressão cultural.

Segundo Menezes (2006), o Brasil passava pelo o período de colonização portuguesa, governado pelo o Imperador Pedro II, quando a língua de sinais para surdo chegou aqui no Brasil. O conde francês Ernest Huet que era surdo foi o que teve iniciativa de trazer um manual francês e alguns sinais.

Atualmente, entende-se por Libras de acordo com a Legislação de Libras do Brasil da Lei nº 10. 436 de 24 de abril de 2002 art. 1º, parágrafo único:
A forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.

A surdez apesar de condicionar um comprometimento sensorial, não priva sujeito algum de desenvolver outras áreas, como cognitiva ou física. Sendo assim infere-se que é preciso valorizar as variadas formas de comunicação como é o caso da LIBRAS que é um meio pelo qual o deficiente auditivo pode estabelecer sua integração social, o que condicionará aspectos positivos para o seu processo de aprendizagem. Baixe aqui arquivo na íntegra.


O indivíduo surdo ou com deficiência auditiva em geral, deve ter acesso o mais cedo possível a LIBRAS. Como destaca Quadros (1997, p.27):
Se há um dispositivo de aquisição -LAD- comum a todos os seres humanos que precisa ser acionado mediante a experiência lingüística positiva, visível à criança, então a criança surda brasileira deve ter acesso à LIBRAS o quanto antes para acionar de forma natural esse dispositivo.

Assim, nos faz pensar sobre um ambiente inclusivo que seja desenvolvido para conceder as condições necessárias para integrar todos entre todos, como um ambiente escolar que repense seu próprio modelo pedagógico.
Há uma contradição em relação, pois os profissionais que trabalham com a filosofia oralista. Acreditam que a língua de sinais é prejudicial à aquisição da língua oral. A abordagem bilíngüe apresenta uma versão diferente explicitando que a língua de sinais fornecerá todo aparato lingüístico necessário para a estruturação do pensamento e aquisição de outras línguas (Quadros, 1997).

No processo educacional, tem-se o decreto n° 6.626, de 22 de dezembro de 2005, que estabelece LIBRAS como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação dos professores. A importância deste decreto está no número de pessoas que desconhecem ou não se consideram com habilidades adequadas para o uso desta língua.

O resultado disso é a precariedade no nosso sistema de ensino inclusivo, tendo em vista que muitas vezes o aluno surdo deixa de aprender num sistema regular por falta de profissional capacitado. Isso faz com que ele se limite mais a um grupo minoritário.

Diante dos argumentos observados, conclui-se que a língua de sinais permite a melhor interação entre pessoas surdas e, nas escolas, entre professores e alunos surdos e entre estes e seus colegas.
A linguagem permite ao ser humano planejar e regular sua ação e somente por ela é possível fazer leitura do mundo e da palavra, mesmo porque uma não acontece sem a outra. Essas formas de leitura constituem a base de linguagem que se dá pela interação social, a interação entre os sujeitos.

É de suma importância ver a LIBRAS não apenas como forma de comunicação entre os surdos, mas como forma de integração entre todos num ambiente social. Essas discussões relacionadas a controversas que afirmam ser a LIBRAS uma implicação à oralização servem para entender o quão é possível aprofundar o estudo em se tratando de entender melhor sobre esse método de comunicação e expressão tão importante quanta outra forma de linguagem.

Referências Bibliográfica
BORTOLOTI, Rose Terezinha. LIBRAS como possibilidade e alternativa para o ensino da língua portuguesa para o aluno surdo. Disponível em:
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1067-4.pdf. Acesso: 11/01/2010

CUORE, Raul Enrique. A Importância de conhecer a estrutura lingüística da LIBRAS para o educador. Disponível em: http://www.artigonal.com/educacao-artigos/a-importancia-de-conhecer-a-estrutura-linguistica-da-libras-para-o-educador-945026.html. Acesso: 11/01/2010

LEGISLAÇÃO DE LIBRAS. Linguagem Brasileira de Sinais. Disponível em: www.libras.org.br/leilibras.htm. Acesso: 11/01/2010
PÉRISSÉ, Paulo M. LIBRAS: Uma porta para o mundo dos surdos... e dos ouvintes também. Disponível em: http://www.dicionariolibras.com.br/website/download.asp?cod=124&idi=1&moe=6&id_categoria=12. Acesso: 08/01/2010

QUADROS, Ronice Müller de. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artmed, 1997.

15 comentários:

  1. Olá

    Que o tempo não nos tire a capacidade de sonhar, mas que nos traga uma necessidade de fazer a vida de quem passa por nossa vida melhor.

    Sou professor em Fortaleza e escrevo textos que falem das alegrias de dedicar as nossas vidas a construção de uma educação de esperança.

    Gostaria de convidá-la a conhecer
    www.sonhosdeumprofessor.blogspot.com

    Espero que gostes.

    Semana de sonhos para ti.

    ResponderExcluir
  2. Vi, por acaso, seu blog no repertório de páginas de Fortaleza, e achei interessante visita-la. Sou terapeuta ocupacional, psicopedagoga, atualmente me graduando em psicologia, e quaisquer assuntos que falem de conhecimento, ser humano, ciência e vida me interessam.

    Namastê

    ResponderExcluir
  3. Ele são deficientes por não ouvir ou falar oralmente, assim, não estão qualificados para compor o grupo dos "normais". Mas ele não têm necessidades especiais que é outra característica do deficiente. Ele são como estrangeiros que não conheci a língua nativa e usam sua própria língua (discutido em sala). É estranho ver eles conversando como é estranho ouvir um "gingo" conversar. A organização social e a mobilização que esse grupo construiu é o que levou a conquistar espaço na sociedade que é, infelizmente, segregacionista com os grupos minoritários.
    Os estrangeiros que imigram para um país para se viver melhor no mínimo aprende o básico e convivência da língua nativa. Partindo desse pressuposto, como o surdo convive entre os falantes para que se estabeleça uma comunicação, por mais básica que seja, ambos precisam conhecer as línguas. Portanto, é cada vez mais necessário esse intercambio linguístico. Esse suporte linguístico deve está na escola e sair das universidades na formação dos formadores, ou seja, os alunos das licenciaturas.
    Sabemos que uma disciplina no currículo não vai habilitar o professor e torná-lo bilíngue, mas vai contribuir para mudanças de pensamento e defesa de um ensino plenamente inclusivo, onde não exista a necessidade de uma bandeira inclusiva de luta, pois todos já farão parte.

    ResponderExcluir
  4. Também acredito que a LIBRAS permite uma maior interação entre os surdos e os não surdos, mas, como o artigo mesmo diz, se torna dificil a inclusão de todos os deficientes auditivos devido a grande falta de infroestrutura ainda enfrentada pelo sistema de ensino do Brasil. uma maior exemplo com algo semelhante, se dar no uso de computadores em sala de aula, pois até hoje existem escolas aqui no brasil que se quer já ouviram falar de internet...

    Samuel Rocha, aluno da UFC.

    ResponderExcluir
  5. Agradeço por todos os comentários.
    Pelo complemento do conhecimento através da indicação do blog e pelas considerações.
    Bel.

    ResponderExcluir
  6. Muito bom o texto!!!!!!!

    Muito interessante a informação que traz sobre a origem da língua de sinais.
    Concordo com as meninas quando elas afirma que a LIBRAS não é apenas um meio de comunicação, mais também uma forma de integração social.

    bjs!!!
    Lidiane

    ResponderExcluir
  7. Olá!
    Achei muito interessante conhecer um pouco sobre LIBRAS e, a partir disso, compreender que nós somos seres de interação, por isso precisamos nos comunicar. É uma necessidade.
    Com isso, percebo que a comunicação não se dá somente através de palavras faladas ou escritas. A comunicação é feita, também, através de gestos, de um olhar, de uma atitude.

    O trabalho desenvolvido ficou ótimo!
    Adorei!

    Beijos,
    Sheila Rocha Bandeira.
    ;******

    ResponderExcluir
  8. JOvens, parabéns pelo trabalho. É muito importante sempre está ligado na educação em todos os sentidos. A LIBRAS é uma importante forma de comunicação que todos deveriam usar. Buscarmos entender tais pessoas especiais é importante não para que elas se encaixem em nosso mundo, mas adentrarmos no mundo em que todos possam se interagir.

    Cícero maciel.
    Estudante da uva-pedagogia.

    ResponderExcluir
  9. Também fiz um trabalho onde a LIBRAS é colocada, e achei o trabalho das meninas muito bom, principalmente quando se refere ao início da Língua de Sinais no Brasil. è impressionante saber que a LIBRAS já está a tanto tempo e no entanto tão pouco divulgada.

    Orlando Júnior

    ResponderExcluir
  10. Parabéns pelo texto. Adorei! Explana de forma bem clara esse tema tão relevante no nosso convívio social. Como sou aluna de Serviço Social da UECE, tenho grande interesse pela área da inclusão na nossa sociedade.
    Mirla.

    ResponderExcluir
  11. Muito bom este trabalho!!!Nos traz conhecimento importantes para ação(inclusão),pois as pessoas não-surdas têm muita dificuldade em admitir que os surdos têm processos culturais específicos, então, muitos continuam a tratar os surdos apenas como um grupo de deficientes ou incapacitados. Podemos ver entao a educação como um instrumento de mudança. É ela que, direta ou indiretamente, conduz as transformações fundamentais em nossa sociedade, em nossa história, pois ela carrega o cerne da manifestação humana - a comunicação - ferramenta indissociável de qualquer cultura.Parabéns meninas!
    Aurilene Pontes

    ResponderExcluir
  12. Parabéns pelo texto! Concordo quando a dupla afirma que, a LIBRAS deve está presente mais cedo possível para as crianças, sendo disseminadas na escola de maneira igual, como acontece com a ALFABETIZAÇÂO para uma criança dita socialmente como "normal".
    Venho, também, destacar o fato de que a LIBRAS surgiu no Brasil no período colonial e só veio a se legalizar depois de 502 anos aproximadamente. "QUE PAÍS É ESSE?" como diz Renato Russo

    ResponderExcluir
  13. O trabalho das meninas ficou excelente,digno de muitos elogios,primeiro pela objetividade e segundo pela texto que proporciona uma leitura satisfatoria.
    Concordo com o fato de que o indivíduo com deficiência auditiva,deva ter acesso logo cedo ao conhecimento das Libras,mas seria interessante que o sistema educacional brasileiro,tivesse de alguma maneira,a iniciativa de colocar nas séries iniciais,um princípio do conhecimento as Libras,pois infelizmente,nem todas as crianças surdas,terão a princípio,a condição de frequentarem escolas adaptadas para as mesmas e isso facilitaria o seu melhor desenvolvimento cognitivo e também a sua integração com as crianças "normais".
    Também nós,ouvintes,nos encontramos muito deficientes,quanto a questão de aprendermos as Libras,para podermos nos integrar da melhor maneira com nosso futuros alunos.Só possuímos 1 semestre,para aprendermos as Libras...ou seja,não vamos aprender nem mesmo 5% do que é necessário,a menos que façamos um curso específico de Libras,além dos portões da Universidade.

    deixo meus parabéns para as meninas


    Sarah de Andrade Cunha Marques

    ResponderExcluir
  14. Gostei muito de saber um pouco mais sobre Libras, concordo com as meninas quendo elas dizem que muitas vezes alunos surdos deixam de aprender em um sistema regular devido a falta de profissionais capacitados.Isso é algo para se pensar no meio academico, pois na nossa propria formação como profissionias da educação a unica disciplina que temos sobre Libras é algo muito superficial, que não ira nos preparar adequadamente para acompanhar alunos surdos.
    Esse texto mostra que a lingua de sinais é de grande importancia, pois é um meio de comunicação para que essas pessoas com o mundo.

    Patrícia Fonseca

    ResponderExcluir
  15. Vivemos com o diferente no dia a dia,pessoas comuns,especiais em todos os sentidos.Mas quando deparamos com diferente,nao sabemos como agir.Existe falta de informacao,de conhecimento,enfim como fazer.Bem trabalho em Tabelionato de Notas ,atendo o publico e me deparo com pessoas com necessidades especiais,cegos,deficientes fisicos, terceira idade, com essas pessoas sei me comunicar,tendo atendimento preferencial,acessibilidade ,normas em braile ,etc.Gostaria muito de aprender libras,pois me sinto impontente perante a pessoa surda e muda,porque merecem um atendimento digno, com respeito .Apredendo libras ,terei um contato direto e respeito com proximo.
    O diferente e ser respeitado,amado,ter dignidade,fazer parte desse mundo, que as vezes e cruel com quem nao esta dentro do que e considerado normal.

    ResponderExcluir

Não esqueça de assinar seu comentário!