O presente trabalho tem como objetivo a delimitação conceitual de Deficiência Física. Serão mencionados, também, dados estatísticos e algumas causas da deficiência.
A Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência foi promulgada pela Assembléia-Geral das Nações Unidas (ONU), no dia 3 de dezembro de 2006, e, assinada pelo Brasil no dia 30 de maio de 2007. Segunda ela, “pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas”.
No contexto nacional, o Decreto 3.298/99 faz as devidas distinções entre a deficiência, deficiência permanente e a incapacidade. Em seu artigo 4°, estipula que é considerada pessoa portadora de deficiência física a que “apresenta alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções”.
Devemos considerar que as alterações podem ocorrer em vários níveis: ósseo, articular, muscular e nervoso. Dentro dessa classificação, observamos não só as alterações anatômicas, mas também as alterações fisiológicas do aparelho locomotor. Em síntese podemos dizer que a deficiência física é a perda total ou parcial dos movimentos de um ou mais membros onde, dependendo do grau de comprometimento pode ser uma paralisia ou paresia. Baixe aqui texto na íntegra em PDF
A paralisia é a privação que uma pessoa adquire na sua capacidade de contração muscular causado por uma interrupção orgânica ou funcional na via motora, onde o regresso dos movimentos torna-se impossível. O termo paresia vem do grego PARESIS e quer dizer debilidade ou relaxação. Uma pessoa quando leva um tiro na mão, por exemplo, tem como consequência, o movimento do dedo limitado influenciando na força muscular, na precisão e amplitude do movimento.
Segundo a Profa. Dra. Lígia A. Amaral, são considerados portadores de deficiência física os indivíduos que apresentam problemas ortopédicos que incidam sobre a possibilidade de motricidade voluntária, impedindo-os total ou parcialmente, dentro de padrões considerados normais para a espécie humana. A deficiência física pode ser chamada de deficiência mecânica ou motora.
De acordo a Organização Mundial de Saúde calcula que entre 10% e 15% da população mundial (quase um bilhão de pessoas) sofre de algum tipo de deficiência. No Brasil, o Censo de 2000 apontou que 14,5% da população eram portadoras de alguma necessidade especial, totalizando 24,5 milhões de pessoas, sendo metade (48%) vítimas de deficiência visual, 22% de deficiência motora, 16% auditiva, 8% mental e 4% física. No Nordeste, o percentual é o maior do País, 16,5% dos habitantes da região são deficientes.
A deficiência apresenta várias causas, mas nos fixaremos nas principais, que são:
• Pré-natais: são problemas que surgem durante a gestação, ocasionados muitas vezes por tentativas de aborto, perda de sangue durante a gravidez e etc.
• Perinatais: são problemas que ocorrem no momento do nascimento da criança como: respiratórios, prematuridade, cordão umbilical enrolado no pescoço e outros.
• Pós-natais: são problemas como: parada cardíaca, meningite e infecção hospitalar.
• Câncer;
• Amputações: ocasionados por problemas vasculares, traumas, malformações congênitas.
• Lesão Medular;
• Aneurisma;
• Acidente vascular cerebral (AVC);
• Poliomielite;
• Acidentes de trânsito.
A deficiência física pode ser classificada em:
• Monoplegia: é quando um membro (inferior ou superior) é afetado.
• Diplegia: é quando os membros superiores são afetados, ocasionado por uma paralisia cerebral.
• Hemiplegia: é quando são afetados os membros de um mesmo lado (esquerdo ou direito) do corpo, causado por uma lesão ou distúrbio cerebral.
• Triplegia: é quando três membros podem ser afetados.
• Quadriplegia (Tetraplegia): é quando são atingidos todos os membros.
• Paraplegia: é quando são afetados os membros inferiores, podendo ter como causa uma lesão medular torácica ou lombar. Este trauma modifica a função medular produzindo déficits sensitivos, motores, alterações viscerais e sexuais.
Existem doenças (a maioria de natureza neurológica) que não são, especificamente, nenhum tipo de deficiência, mas podem acarretar em uma, como é o caso da hidrocefalia, microcefalia, doença de Parkinson, artrite reumatóide e distrofia muscular progressiva. Muitas dessas doenças atingem no desenvolvimento cognitivo e motor que causam um dano maior nos processos de aprendizagem da criança. Vale ressaltar que os problemas de aprendizagem não estão ligados diretamente à condição de deficiência.
Podemos afirmar que a maior carência no atendimento das crianças com deficiência é um desconhecimento de suas próprias capacidades, limites e de seus caminhos para a aprendizagem. As pessoas com deficiências físicas ou funcionais têm uma forma peculiar de relacionar-se com o mundo, e, portanto de aprender, que está relacionado com sua deficiência específica. Mas, na prática o que se vê é uma tentativa de impor a elas a maneira que nós consideramos correta de aprender e fazer as coisas, ao invés de procurarmos compreender e nos inteirar da sua própria maneira.
Atualmente, há associações que reúnem pessoas portadoras de necessidades especiais, elas trabalham na conscientização da sociedade com o intuito de socializar o deficiente em seu contexto, aprender a valorizar sua capacidade de trabalho, modificar as infra-estruturas arquitetônicas para viabilizar o direito de ir e vir que é para todos e, facilitar o acesso ao ensino escolar.
Bibliografia
• Convenção sobre os Direitos das pessoas com Deficiência
http://www.assinoinclusao.org.br/downloads/convencao.pdf
Acesso: 05 jan.2010
• Deficiência Física http://ies.portadoresdedeficiencia.vilabol.uol.com.br/deficienciafisica.htm
Acesso: 23 dez.2009
• Jus Navigandi
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8632
Acesso: 05 jan.2010
• LFG :Rede de Ensino Luis Flavio Gomes
http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20080806111337100&mode=print
Acesso: 05 jan.2010
• Psicopedagogia Online: Educação e Saúde.
http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID=89
Acesso: 27 dez.2009
• Rede SACI: solidariedade, apoio, comunicação e informação.
http://www.saci.org.br/?modulo=akem¶metro=1669
Acesso: 27 dez.2009
Muito claro na explicação dos conceitos e apresentação de dados.
ResponderExcluirA forma como concebemos o conceito deficiente está muito atrelada a padrões impostos por esta nossa sociedade discriminatória.
O texto deixa bem claro que as dificuldades de aprendizagem surgem pela falta de conhecimento e preparo por parte de quem pretende ensinar, que desconhece " a forma peculiar de relacionar-se com o mundo" e consequentemente aprender do portador de deficiência.
Muito bom mesmo!!!
Parabéns, gostei muito do trabalho de vocês, uma das coisas interessante para mim foi saber que existem outras classificações da deficiência física além da paraplegia e da tetraplegia para assim poder diferenciar cada uma.
ResponderExcluirRegiane
Este artigo me fez lembrar mais o lado da inclusão das pessoas com deficiência física em ambientes de trabalho e, até mesmo, numa calçada.
ResponderExcluirSabemos que é muito raro encontrar um ambiente de trabalho que seja totalmente adptável. Muitas vezes, pessoas com deficiências perdem uma oportunidade de emprego por causa dum ambiente inadequado. Dessa forma a própria pessoa tenta encontar um meio de se adaptar ao ambiente, quando na verdade é esse ambiente que deve ser preparado para receber a pessoa com necessidade especial.
O bom como já sabemos é que nunca foi tão discutido quanto nessa nova época sobre INCLUSÃO. Quem sabe estamos perto do mundo acessível...
Isabel C. de Lima.
Muito interessante a pesquisa!!!!
ResponderExcluirO que me interessou nesse trabalho foi a distinção feita entre paralisia ou paresia e as classificações de deficiência física.
Concordo com as meninas quando ela afirmam que muitas vezes tentamos impor a pessoas que tem deficiência a nossa forma de viver, tanto a deficiência física como qualquer outra.
bjs!!!
Lidiane
Muito interessante o trabalho de vocês, m,as o que eu achei mais impressionante foi como é tão a Convenção sobre os direitos dos deficientes, eu sabia que era algo novo, mas não sabia que era tão novo assim....
ResponderExcluirParabéns meninas!!!
Karla Evangelista