O autismo é encarado pela sociedade com e preconceito e muita desinformação, pois nossa sociedade valoriza os indivíduos que são considerados “normais” e não busca compreender a complexidade e as especificidades pelo fato de não querer reconhecê-la socialmente.
A tendência natural da sociedade é discriminar e estereotipar os portadores de qualquer deficiência. Contudo, uma reflexão aprofundada acerca do tema, faz-se necessária, para a mudança do pensamento, da postura e de atitudes frente a essa realidade cada vez mais latente.
Percebemos que atualmente as atenções da sociedade tem se voltado, de forma mais evidente aos grupos minoritários como: deficientes auditivos, visuais, físicos, afrodescendentes e etc., ou seja, aos indivíduos, que de alguma modo, estão excluídos. O presente trabalho almeja elucidar algumas questões conceituais referente a pessoa autista.
A etimologia da palavra “autismo” vem do grego “autos” que significa “próprio” ou “de si mesmo” (SOUSA & SANTOS, 2005). O autismo pode ser entendido como um problema no qual os indivíduos apresentam certo desprezo com o mundo exterior possuindo um alto grau de concentração em si mesmo, assim, encontra grandes dificuldade em relacionar-se com o outro e com o mundo a sua volta.
Descrito pela primeira vez, de modo mais cientifico, por Kanner em 1943, quando este psiquiatra americano agrupou um conjunto de comportamentos aparentemente característicos que teoricamente podiam identificar as crianças com autismo. A partir deste fato começou a delimitação e o estudo científico desta síndrome. Baixe aqui arquivo na íntegra.
O conjunto de características que definem os indivíduos autistas, segundo a primeira descrição feita por Kanner em 1943, resumem-se por: incapacidade para desenvolver relações com os outros indivíduos, atraso na aquisição da linguagem, uso não-comunicativo da linguagem verbal (mesmo depois do seu desenvolvimento), ecolalia, jogo repetitivo e estereotipado, manutenção do “sameness”, boa memória de repetição e aparência física normal. (Sousa & Santos, 2005, p. 4)
Portanto, são identificadas como principais características apresentadas pelo individuo autista: dificuldades de desenvolver interações sociais; linguagem repetitiva e não comunicativa; falas descontextualizadas e aparentemente sem sentido; extrema obsessividade, preocupação e perseverança; resistência a mudanças (sameness ); e, ações estereotipadas como ficar balançando a cabeça. Vale ressaltar que ao contrario do que se pensa nem todo autista é igual podendo apresentar outras características própria de acordo com seu estado de desenvolvimento e cuidados.
Com o desenvolvimento de novas pesquisas científicas os resultados demonstraram que o autismo não é um distúrbio de caráter afetivo/emocional, mas sim, do desenvolvimento neurológico como afirma Sousa & Santos. Estes autores esclarecem ainda que o autismo não é uma doença, nem tão pouco contagiosa, não havendo indícios que se adquira através do contato com o meio ou com o portador da síndrome. Consideram ainda que é uma disfunção neurológica que pode surgir quando a criança nasce e que se manifesta antes dos três anos de idade, mas sua causa específica ainda não se sabe.
As características como distanciamento social, dificuldade em desenvolver a leitura e escrita e oralidade desconexas - comuns aos indivíduos autistas - são constantemente usadas como impedimentos a escolarização regular. Justificando a ausência dessas pessoas nas escolas regulares e o encaminhamento a espaços reeducativos com a finalidade de adaptar o comportamento (VASQUES, 2008).
Demonstrando, assim, uma tentativa discriminatória de fazer a pessoa autista a responder as expectativas impostas pela sociedade como padrão, não respeitando as especificidades dos portadores desta síndrome.
Em suas manifestações cognitivas, os autista, demonstram ser capazes de produzir ideias próprias e originais, revelando que a aprendizagem mecânica/decorativa, é muito difícil de ser implantas nos processos de ensino-aprendizagem deles, principalmente, nas áreas da leitura, escrita e aritmética. Demonstrando frequentemente surpreendente maturidade e sensibilidade pela arte, desenvolvem interesses incomuns aos das demais crianças da sua idade.
São bons observadores do seu espaço, de si mesmo e das pessoas, por isso, qualquer mudança no seu espaço de convivência é percebida, proferindo surpreendentes, adequadas e maduras observações sobre o que lhe faz bem ou mal. Contudo, na maioria das vezes os aspectos positivos que o individuo autista apresenta não superam os aspectos negativos, assim, observamos verdadeiros gênios, que surpreendem professores com respostas próprias e bem elaboradas, entretanto, falham em suas lições simples e apresentam sérios distúrbios mentais, comunicativos e sociais.
Constatamos que a pessoa autista apresenta necessidades especiais em todos os espaços de convivência: escolar, social e familiar. Para que possa desenvolver suas potencialidades e possam viver em sociedade, de forma, plena e integrada, faz-se necessária, uma atenção especial e formação específica.
Referências Bibliograficas
SOUSA, Pedro Miguel L. de & SANTOS, Isabel Margarida S. C. dos. CARACTERIZAÇÃO DA SÍNDROME AUTISTA. Publicado em 2005 Disponível em: http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A059.pdf Acessado em: 11 de janeiro 2010.
VASQUES, Carla K. CARTOGRAFIA DE UM NOVO OLHAR... SOBRE A ESCOLARIZAÇÃO DE SUJEITOS COM AUTISMO E PSICOSE INFANTIL. Publicado em 2008. Disponível em: http://proxy.furb.br/ojs/index.php/atosdepesquisa/article/view/1226/888/artigos/textos/A0259.pdf Acessado em: 11 de janeiro 2010.
Achei interessante o trabalho apresentado, pois esclareceu-me como sobre a situação de uma pessoa autista, algo que até o momento não tinha conhecimento. Ainda foi mais importante o destaque que se deu no trabalho a pessoa e não tanto ao autismo, e salientar que nela os aspectos positivos superam os aspectos negativos. É justamente isso que todos precisam voltar os olhares, no sentido de não salientar peculiaridades negativas, mas destacar a capacidade de todos, independente de sua condição, em desenvolver diversas habilidades, colocando de lado estígmas.
ResponderExcluirMaria José
olá meninos,
ResponderExcluirO trabalho de vocês tem uma grandiosa reflexão sobre o tema. É muito importante falarmos mais sobore o autismo, pois quando se fala em inclusão, como foi citado, lembra-se apenas do deficiente físico, defiente visual, surdo-mudo, contudo pouco se ver uma área especificamente do autimsmo.
Percebi que, basta uma olhar social para que o sonho de inclusão total não passe de utopia.
Olá!
ResponderExcluirGostei muito do trabalho apresentado porque realmente esclareceu algumas dúvidas e inquietações minhas sobre o tema.
Beijos,
Sheila Bandeira
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Abordar esse tema é sempre de grande importância, pois precisamos tirar o Autismo das "sombras" e abrir um maior espaço para discussões e conceitos. Só assim poderemos tentar entender esta condição enfrentada por crianças e famílias inteiras. Talvez a maior visibilidade na Sociedade ajude a sanar o preconceito e esclarescer dúvidas que talvez nos levem a ele.
ResponderExcluirÉ necessário ressaltar também a importância de nós Pedagogos para melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida das crianças Autistas.
Meninos, parabéns pelo trabalho e pela reflexão proposta!
Renata Ferreira Gomes
O trabalho está muito bom!
ResponderExcluirAutismo é um tema que assusta muito dos professores pois o comportamento das crianças, em muitos casos, é visto como teimosia, falta de interesse.. Exige do professor estratégias diferentes, como observamos no estudo em questão o bom relacionamento com o professor é essêncial a aprendizagem. Alertando-nos para a sensibilização necessária do educador e constatando que antes até mesmo do conteúdo e estudos, precisamos do amor por ensinar e pelos alunos.. pois, como diz S. Paulo em I Coríntios 13, "o amor é paciente, é benigno.. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".
Esse trabalho é um ótimo meio de apresentação e, para muitos o primeiro, com o autismo.
ResponderExcluirE como a Rebecca, no cometário acima, diz: "Autismo é um tema que assusta muito dos professores.." Assusta àqueles que não estão preparados emocionalmente e em sua formação. A maioria destes "assustados" estão enraizados no preconceito e na ignorância.
Parabéns meninos pelo trabalho!!!
hola! Eu realmente gostei deste blog
ResponderExcluirO trabalho em sua íntegra, apresenta e caracteriza conceitos científicos, bastante discutidos em livros didáticos-autores/as, que são referências na área-,e em eventos direcionados a temática etc.De certa forma traz, algumas reflexões que não são atuais feitas pelos alunos/as, mas ao meu ver esta sistematização não muito atual, feita no decorrer do trabalho,não permite deixar claro que se faz necessário,no passado, atualmente e futuramente o trabalho com o tema a fim de impulsionar a pesquisa, a reflexão, o debate, as discussões fundamentais do ponto de vista social.É preciso que para permear e contextualizar o cenário da discussão se tenha pesquisadores/ estudantes a altura do que é a Educação Especial; precisamos ter compromisso sério com esse teritório da educação.E isso só será possível, com a qualificação de todos/as os envolvidos com a causa.Acho, realmente que os estudantes precisam pesquisar mais o assunto, de forma específica e mais atual, pois o trabalho não contribuiu muito em minha investigação.
ResponderExcluirEm relação a postura da universidade fico feliz pela iniciativa, pois percebi, que trata-se de um espaço plural, de reflexão e formulação de propostas, que busca fomentar o intercâmbio de experiências na diversidade.
Quanto a professora doutora Rita Magalhães ,parabenizo pela sua iniciativa; é de pessoas como você que a educação precisa para que novas fontes de conhecimentos se façam presentes e sejam investigadas e conhecidas,para que só de fato sejam respeitadas.
Um abraço, e agradeço gentilmente pela atenção.
Pesquisadora- estudante no âmbito da educação especial.