17 de março de 2010

Resenha do filme: Na ponta dos pés

Alunas autoras: Karla Evangelista e Walquiria Carvalho

O filme Na Ponta dos Pés (2003) aborda a questão do nanismo, e como o preconceito pode existir até mesmo dentro da própria família. A trama acontece em torno de um homem, Steven (Matthew Bright) e sua namorada Carol (Kate Beckinsale), que são muito felizes e apaixonados. O filme muda de rumo quando, Carol engravida, pois ela não sabe (só supõe) que Steven esconde um segredo que realmente o incomoda.

Steven é um homem de estatura “normal”, mas toda sua família é anã. Ao saber da gravidez da namorada fica muito preocupado, pois há uma grande probabilidade de seu filho nascer anão, contudo não revela nada a ela, até o momento em que ela descobre a verdade sobre a família de Steven por causa de uma visita surpresa que seu futuro cunhado, o irmão gêmio e anão de Steve, Rolfe (Gary Oldman) a faz.

Carol demonstra o preconceito no instante que conhece Rolfe e não consegue acreditar que Steven lhe omitiu algo tão sério. Apesar de tudo isso ela o procura e pergunta por que ele não contou antes e ele a sugere que eles não precisam passar por isso e que podem adotar um filho que seja normal, pois tem muito medo de seu filho nascer anão, mas ela não aceita.

Nesse momento, no filme, Steven se mostra mais preconceituoso que Carol, e o que nos chama a atenção aqui é que isso ocorre não pelo fato dele desconhecer sobre o assunto, e sim pelo conhecimento e aproximação que tem com sua família, ou seja, ele sabe todas as dificuldades, dores e sofrimentos que seu filho poderá passar se for anão e ele não quer que isso aconteça.

Conceitos sobre Altas Habilidades/Superdotação

Alunos autores: Cezanildo Ferreira Lima e José Orlando de Sousa Júnior

O quê são Pessoas com Altas Habilidades? Quais são essas Altas Habilidades? Muitas pessoas não sabem o que vem a ser essa necessidade educacional especial. Os professores acabam achando que são crianças “prontas”, que já sabem tudo ou que tem a habilidade de aprender tudo.

Muitos sofrem discriminação nas escolas e são tachados de “CDF”, “nota 10 em tudo”, “exibido”, dentre outras formas de rotulação que lhes são dadas. Alguns professores até os consideram problemáticos, por serem questionadores e não admitirem respostas infundadas, ou regras sem fundamentação lógica, por isso às vezes sofrem perseguições inclusive dos próprios professores por terem um sentimento de “inveja”, “desprezo” ou “revanche”.

A Organização Mundial de Saúde calcula que cerca de 3,5% a 5% de toda a população mundial possua alguma categoria de Alta Habilidade. É necessário que se compreenda quem são e como trata-los para que se desenvolva uma educação humanitária que tem como princípios a igualdade e o respeito.

Atualmente, não existe uma concordância entre os estudiosos sobre o que seria a superdotação ou altas habilidades. Um dos conceitos mais citados vêm de Joseph Renzulli, que criou a teoria dos três anéis. A respeito desse conceito NICOLOSO E FREITAS dizem:

Este conceito atribui aos Portadores de Altas Habilidades um conjunto constante de características que se mantém estáveis ao longo de suas vidas. Habilidade acima da média, alta criatividade e um grande envolvimento com as tarefas, ou seja uma alta motivação. Estes grupos se entrelaçam entre si e precisa haver uma interseção destes três "anéis" para que se possa afirmar que alguém é portador de altas habilidades.(NICOLOSO E FREITAS,2002)

Surdo oralizado apresenta a música para o surdo

Os vídeos apresentados abaixo pretendem mostrar como é passada a música para os surdos. Assim fizemos uma entrevista com o Lairton que é um surdo oralizado e com o Jonny que é intérprete de LIBRAS, e desenvolve um trabalho de tradução de música para os surdos. Mas você deve se perguntar: “Será que os surdos só podem compreender a letra da música?”, Não! Eles também sentem o som, através da vibração e por isso os dois entrevistados apresentaram o trabalho que eles realizam de adaptação dos aparelhos de som e televisão convencional, para um que possa transmitir a vibração com mais intensidade, fazendo com que os surdos sintam a música.

Vídeo I


Vídeo II

10 de março de 2010

Algumas questões sobre o autismo

Alunas autoras: Bruna Eliza, Cinthia Loyola e Priscila Fernandes

O que é o autismo?
É um transtorno global no desenvolvimento (TGD), caracterizado por prejuízos qualitativos nas habilidades de interação social recíproca, habilidades de comunicação ou presença de estereotipias de comportamento, interesses e atividades. Vem sendo estudado pela ciência a cerca de seis décadas, mas ainda apresenta muitas divergências e perguntas sem respostas claras. Tem origem na infância e persiste ao longo de toda a vida, aparece nos três primeiros anos de vida, acomete cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino. Apesar de ser um distúrbio do desenvolvimento recorrente, o autismo ainda é visto com surpresa. Talvez isso aconteça por apresentar uma infinidade de características peculiares e também pelo fato de que a criança autista apresenta uma aparência física totalmente normal.

Quais as características e sintomas mais comuns que identificam a síndrome do autismo?
Segundo a ASA - American Society for Autism (Associação Americana de Autismo), a maioria dos sintomas está presente nos primeiros anos de vida da criança variando em intensidade de mais severo a mais brando, não sendo obrigatório que a criança apresente necessariamente todas essas características e sintomas.
1. Dificuldade de relacionamento com outras crianças;
2. Riso inapropriado;
3. Pouco ou nenhum contato visual;
4. Não quer ser tocado;
5. Isolamento, modos arredios;
6. Gira objetos;
7. Cheira ou lambe os brinquedos, inapropriada fixação em objetos;
8. Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade;
9. Ausência de resposta aos métodos normais de ensino;
10. Aparente insensibilidade à dor;
11. Acessos de raiva - demonstram extrema aflição sem razão aparente;
12. Procedimento com poses bizarras (fixar objeto ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determina maneira os alisares);
13. Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal);
14. Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina;
15. Age como se estivesse surdo;
16. Dificuldade de comunicação em expressar necessidades - usa gesticular e apontar no lugar de palavras;
17. Não tem real noção do perigo;
18. Irregular habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos;

8 de março de 2010

Altas habilidades: resenha do filme Gênio Indomável

Alunas autoras: Mayara Hemellyn Lopes Mendes e Mônica Larissa Alves de Souza

O filme Gênio Indomável (1997) nos revela como a superdotação pode nascer mesmo nos ambientes mais desfavoráveis, onde existem pressões sociais e financeiras. Com Direção de Gus Van Sant, com os atores Matt Damon e Ben Affleck – que também são os roteiristas - Robin Williams, Minnie Driver e Stellan Skarsgard. O filme teve nove indicações para o Oscar e ganhou em duas categorias: Melhor Roteiro e Melhor Ator Coadjuvante (Robin Williams).

Tudo começa quando o professor Lambeau, de uma conceituada instituição universitária norte-americana, coloca no quadro-negro um problema matemático que julga ser de impossível solução pelos alunos que frequentam suas aulas. Alguns dias depois de ter apresentado o aparente "enigma da pirâmide", o professor é surpreendido com a resposta anotada numa das lousas do corredor da universidade. O que foi descoberto a seguir surpreendeu ainda mais o professor, pois o autor de tal feito foi um dos jovens responsáveis pela limpeza e manutenção do ambiente, uma pessoa que nem ao menos frequentava os cursos e que circulava pelo local como servente da instituição: Will Hunting (Matt Damon).

Will é um gênio, mas não consegue aceitar seu dom e prefere usar a máscara de um jovem encrenqueiro, debochado e violento. Ele tem vinte anos, é órfão e escolhe para amigos pessoas pouco ou nada recomendáveis. Will apresenta memória fantástica, ampla leitura, talento para ciências e imensa capacidade de resolver problemas lógico-matemáticos extremamente complexos com rapidez e facilidade. No entanto, ele possui uma ficha criminal composta por vários delitos, procura empregos que não exigem grandes habilidades intelectuais e trabalha então como servente (faxineiro).

O professor Lambeau descobre o dom de Will e deseja tê-lo em sua equipe de matemática. O que não é tão simples, pois, o Will foi preso em decorrência das confusões em que se envolveu. Com a ajuda de Lambeau, Will sai da prisão sob a determinação legal de duas condições: que ele trabalhe com o professor e que faça terapia.

O professor universitário passa a buscar o auxílio de renomados psicólogos para resolver os dilemas de Will e, dessa forma, encaminhá-lo para uma brilhante carreira. O único que parece entendê-lo é Sean McGuire (Robin Williams), mesmo Will tendo passado, sem sucesso, pelas mãos de pessoas mais estimadas ou consideradas que McGuire.

Sean identifica o medo existente por trás das atitudes agressivas de Will, leva o jovem a refletir e analisar seu comportamento, seus valores e escolhas. Os dois (paciente e terapeuta) são teimosos, mas tornam-se amigos, porque Sean é o único que consegue quebrar as defesas do jovem, o único que consegue fazê-lo baixar as armas. O diálogo que se estabelece entre eles parece ser a possibilidade de resolução dos problemas que se acumulam desde o passado do jovem.

Por trás da narrativa leve e sedutora, por trás da maravilhosa capacidade de prender a atenção do público, há um vasto universo mental e filosófico. Em uma sociedade onde a ambição é supervalorizada e que não entende os traumas mais íntimos e as seguranças mais legítimas; não entende o motivo pelo qual Will, um superdotado, não busca sua “vitória” nos gloriosos espaços onde desfilam os reis da matemática. Segundo o diretor do filme, Gus Van Sant, Não é a glória que se deve procurar, é a felicidade pura.

Partindo da análise do filme, trazemos à tona um questionamento que precisa ser discutido no intuito de encontrarmos caminhos no que se diz respeito ao desenvolvimento de indivíduos com altas habilidades na escola atual. Qual deve ser a postura do professor em relação ao aluno possuidor de altas habilidades?  Muitas vezes, o aluno com altas habilidades é visto com suspeita por parte dos professores, que se sentem ameaçados diante de questionamentos, perguntas e comentários, isso ocorre, na maioria das vezes, pela falta de uma preparação especial ou conhecimentos na área da superdotação, gerando certo desinteresse ou mesmo hostilidade por parte deste professor, podendo levar o aluno a esconder alguns dos seus talentos e competências.

Muitos dos problemas enfrentados por alunos que se destacam por um potencial superior têm a ver com o desestímulo e frustração diante de um currículo que prima pela repetição e monotonia e também por um clima em sala de aula desfavorável a expressão do potencial superior. Podendo gerar uma rejeição por parte do aluno em relação à escola e até mesmo levá-lo a duvidar de suas próprias habilidades e seu valor.

Acreditamos que o professor precisa refletir sobre como: ajudar o aluno a desenvolver suas habilidades; trabalhar a auto-estima; ajuda-lo a desenvolver bons hábitos de estudo; respeitar o ritmo de cada indivíduo; criar um clima favorável a aprendizagem, fazendo com que o aluno se sinta valorizado, respeitado e estimulado a dar o melhor se si; priorizar a dimensão afetiva, contribuindo para o desenvolvimento social do aluno e a educação do caráter; criar estratégias que estimulem a investigação e permitir uma aprendizagem mais profunda em tópicos selecionados pelo aluno.

Segundo GALLAGHER e GALLAGHER (1994), no que diz respeito à educação para pessoas com altas habilidades o “professor deve inspirar, o conteúdo deve intrigar, e o ambiente da escola deve ser planejado para fortalecer as oportunidades de aprendizagem”. Mas essa não deveria ser a educação de todos os alunos, independente de suas necessidades? Será que o problema não estaria na própria estrutura da escola atual?

Vídeo sobre exposição Na ponta dos dedos

Alunas: Stephanie Barros e Sarah de Andrade

O vídeo a seguir trata de um trabalho construído com base em um texto produzido por nós (Stephanie Barros e Sarah de Andrade) durante disciplina de Fundamentos da Educação Especial, com a professora Rita de Cássia. A Exposição Na Ponta dos Dedos, comemora os 200 anos de nascimento de Louis Braille, e foi realizada no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Inicialmente pensávamos que seria apenas uma simples visita, no entanto, não foi. Lá tivemos a oportunidade de encontrar alunos da escola presente no Instituto dos Cegos. Com isso, podemos ver como uma pessoa com deficiência visual interage com os objetos que lhes são familiares, mas que para quem não tem nenhuma deficiência visual parece tão "estranho". O nosso guia, era um rapaz deficiente visual, o que nos trouxe certa naturalidade e leveza naquilo que ele expunha. O que podemos dizer que ficou foi uma grande lição, a cerca do respeito pelo espaço do outro, algo que foi bem firmado por toda a estrutura da exposição e o aprendizado do valor das coisas que para nós são tão insignificantes, mas que para quem não tem, ou tem mais pouco, fazem muita diferença.

1 de março de 2010

Resenha do livro – Preconceito contra as pessoas com deficiência: as relações que travamos com o mundo

Alunas autoras: Aurilene Rodrigues Pontes e Edna dos Santos

João Ribas nasceu em São Paulo em 1954. Graduou-se em Ciências Sociais pela PUC/SP. Terminou o mestrado em Ciências Sociais (Antropologia) pela UNICAMP e doutorou-se pela USP, tendo feito pesquisa sobre Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho. Foi professor universitário por 12 anos, consultor do Ministério da Educação, do Departamento Nacional do SENAI e da Fundação Banco do Brasil para projetos sobre Empregabilidade de Pessoas com Deficiência. É coordenador do Programa Serasa de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência. João Ribas é paraplégico e usa cadeira de rodas.

Na obra publicada pela editora Cortez – Preconceito contra as pessoas com deficiência: as relações que travamos com o mundo – doutor João Ribas aborda duas faces do problema: uma delas é aquela que finge desconhecer as particularidades do outro, desrespeitando seus direitos (paradigmas de uma sociedade que não está preparada para conviver com a diversidade); a outra consiste na falsa piedade que considera o deficiente um sujeito insuficiente, incapacitado de deter uma realização pessoal e profissional. Mostra também trajetórias de pessoas revestidas de forças e determinação que superaram preconceitos, estigmas e barreiras que, muitas vezes, são demarcações de fronteiras sociais e não impossibilidades individuais.

O livro está dividido em vinte e dois capítulos curtos, que estão baseados em situações de convivência cotidiana contada pelo o autor.Essas situações mostram que é possível um portador de deficiência ter uma vida ativa, produtiva, normal, conviver com suas limitações, superando a cada dia. Por outro lado existe pessoas com deficiência que ainda não conseguiram se libertar do próprio preconceito, achando-se inválido, incapaz de exercer qualquer atividade, vivendo uma vida sem propósito. A família em alguns casos não consegue ajudar essas pessoas, pois também com o mesmo sentimento, criam um mundo limitado e protegido, impedindo o deficiente de ter autonomia, de buscar superação.

É como o autor afirma:

“Os nossos limites reais não estão na possibilidade ou impossibilidade que temos de andar, enxergar, ouvir ou pensar da forma como acreditamos que todos fazem. Os nossos limites estão na dificuldade que encontramos nas relações que travamos com o mundo. Por isso, os nossos limites reais estão na nossa alma. Não existe nada mais deficiente do que um espírito amputado. E para esse espírito não há prótese”. (p. 115).

A Politica educacional da educação Especial na Cidade de Horizonte com base no Centro de Atendimento Clínico e Educacional Maria de Nazaré Domingos - CACE

Alunas autoras: Isabel Cristina de Lima; Maria José de Lima.

O objetivo central dessa pesquisa é procurar explorar como se dá o tratamento da educação especial na cidade de Horizonte, tendo como foco central no Centro de Atendimento Clínico e Educacional Maria de Nazaré Domingos (CACE).

Para isso, entregamos para Maria Édna Lopes, diretora do CACE, e Alessandra Maria Almeida, coordenadora da Educação Especial, um roteiro com 13 com o objetivo de averiguar um pouco da política educacional vigente neste município cearense.

Buscamos dados que favoreçam a compreensão a respeito do acolhimento de “pessoas especiais” na cidade, dando ênfase ao CACE, em que são atendidas pessoas com necessidades especiais, assim desenvolvendo a política educacional voltada para a educação especial. O núcleo funciona atualmente na escola Maria Regiana e em breve terá um ambiente próprio para atender. No entanto, não se trata de uma instituição segregada, mas sim um centro que dá apoio necessário às pessoas que com necessidades especiais estão sendo incluídas na escola regular.

1. Qual a origem do Núcleo de Educação Especial Maria de Nazaré?

R: No ano de 1998, a secretaria de educação inicia a oferta de serviço de atendimento para pessoas com deficiência. Em 1999 inicia as matrículas na primeira sala de educação especial na EMEF Maria Regiana da Silva. Em 2000 o município de Horizonte inaugura o Núcleo de Educação Especial Maria de Nazaré Domingos e amplia o quadro de especialistas formando uma equipe com: Terapeuta ocupacional, psicóloga, psicomotricista, psicopedagoga, professores para educação de cegos e surdos e laboratório de informática.

Em 2009 o núcleo re-significa sua identidade e passa a ser Centro de Atendimento Clínico e Educacional Maria de Nazaré Domingos, seguindo as orientações da política Nacional da Educação Especial na perspectiva da Educação inclusiva.

25 de fevereiro de 2010

Pedagogia Hospitalar: Atuação do novo pedagogo

Alunas autoras: Ana Carolina Cardoso e Sheila Rocha Bandeira

Este artigo aborda o papel do pedagogo em instituições não escolares – no caso, hospitais - a partir de uma breve contextualização e de seu papel nos dias atuais. É uma apresentação objetiva e simples que teve como base pesquisas na internet sobre pedagogia hospitalar. Apesar da grande quantidade de fontes para a pesquisa o foco foi dado aos artigos de Wolf e Esteves. Para isso, abordamos o surgimento da Classe Hospitalar e a atuação dos pedagogos neste ambiente nos dias de hoje.

Esse estudo nos serviu para compreender como a pedagogia pode ser eficaz em diferentes ambientes, pois existem diversos lugares que necessitam de auxílio não só médico, mas de auxílio educativo.

Segundo ESTEVES, com a Segunda – Guerra Mundial há o aparecimento de crianças e adolescentes mutiladas e atingidas pela guerra de alguma forma. Por essa razão, em 1935, Henri Sellier cria a Classe Hospitalar com o objetivo de amenizar as dificuldades destes indivíduos em relação à educação.

Em 1939, o cargo de Professor Hospitalar surge com o Ministério da Educação na França. O seu objetivo é mostrar que o espaço educativo não se restringe somente ao ambiente escolar, mas a educação pode chegar à lugares antes não viáveis.

Até hoje muitos profissionais defendem a criação de Classes Hospitalares, especialmente os médicos, pois sabem que o seu envolvimento com o paciente, através de intervenções e outros tipos de atividades, irá contribuir para a sua melhora (em relação à doença) e o seu contínuo desenvolvimento educativo.

A escola, enquanto espaço de socialização de indivíduos, repentinamente deixa de existir para crianças e adolescentes que possuem alguma deficiência ou são acometidos por alguma doença grave e são obrigados a passar grandes temporadas de internamento em hospitais, passando a conviver com o isolamento, privado de amigos e às vezes até mesmo esquecido por seus parentes. Por esse motivo se vê privado de sua escolaridade, necessitando de um atendimento educacional que lhe permita manter-se aprendendo, sem ruptura com o processo de educação.

12 de fevereiro de 2010

Resenha conceitual do artigo Desempenho Escolar e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

Alunas autoras: Patrícia Fonseca Alves e Rebecca Mendes Ferreira

Através de uma resenha conceitual do artigo “Desempenho Escolar e Transtorno do déficit de Atenção e Hiperatividade” escrito por Giuseppe Mário C. Pastura - Médico Mestre em Clínica Médica, setor de Saúde de Criança e do Adolescente da UFRJ -, Paulo Mattos – Médico Doutor em Psiquiatria, Professor Adjunto de Psiquiatria da UFRJ - e Alexandra P. Q. Campos Araújo – Médica Doutora em Neurologia, Professora Adjunta de Neurologia Infantil da UFRJ – que tem por objetivo trazer a relação entre desempenho escolar e transtorno déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), buscamos esclarecer dúvidas e estabelecer a importância do diagnostico deste transtorno à vida do individuo portador.

De acordo com os autores, há uma grande influência do TDAH na vida da pessoa portadora, podendo acarretar prejuízos em diversas áreas, como na adaptação ao ambiente acadêmico, nas relações interpessoais e no desempenho escolar. Estes fatores, não são observados como uma regra, mas frequentemente aparecem caracterizando o portador.

Estudos comprovam que o desempenho escolar depende de vários fatores relativos à escola, à família e ao individuo. Fatores que vão da estrutura escolar ao coeficiente de inteligência (QI) do aluno. Ressaltando que o aluno com TDAH tem dificuldade de aprendizado, e não um transtorno de aprendizado.

Alguns testes são utilizados na avaliação do desenvolvimento escolar, entre eles destacam-se: os subtestes de matemática e leitura do Basic Achievement Skills Individual Screener (BASIS), o subteste de aritmética do Wide Range Achievement Test- Revised (WRAT) e o subteste de leitura do Woodcock Reading Mastery Test-Revised.O diagnostico de MDE varia dependendo do critério que tenha sido utilizado. Baixe em PDF,  arquivo na íntegra.

7 de fevereiro de 2010

Entrevista com psicóloga escolar sobre a Síndrome de Asperger

Alunas Autoras: Patrícia Fonseca Alves e Rebecca mendes Ferreira

O termo “síndrome de Asperger” foi utilizado pela primeira vez por Lorna Wing em 1981, num jornal médico, que pretendia desta forma honrar Hans Asperger, um psiquiatra e pediatra austríaco que resolveu estudar o comportamento e habilidades que, como descreveu, ocorria preferencialmente em meninos; denominou-o de psicopatia autista, uma desordem da personalidade que incluía: falta de empatia, baixa capacidade de formar amizades, conversação unilateral, intenso foco em um assunto de interesse especial e movimentos descoordenados.

Essa Síndrome diferencia-se do autismo por não comportar necessariamente atraso ou retardo no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo. Asperger chamava as crianças que estudou de pequenos professores, devido a sua habilidade de discorrer sobre um tema detalhadamente.

Conversamos com a psicóloga da escola inclusiva Creche Escola Casa da Tia Léa, Alice Damasceno, que trabalha com crianças portadoras dessa síndrome e esclarecemos e tiramos várias duvidas, a partir de exemplos concretos, acerca desse transtorno de desenvolvimento invasivo.

ALUNAS. Quais são as características da síndrome de Asperger?
A.D. A síndrome de Asperger é do espectro autismo, tido como o mais leve. A pessoa portadora tem um quadro de comprometimento menor, onde existe “alta funcionalidade”, ou seja, a criança responde bem às estimulações que lhes são feitas e mesmo apresentando uma dificuldade na interação e na comunicação, não são tão severas quanto o autismo. Diferente de outras síndromes que tem traços físicos bem demarcados, na síndrome de Asperger não há características físicas específicas.

ALUNAS. O que diferencia a síndrome de Asperger do Autismo?
A.D. No autismo há uma limitação maior na comunicação e na interação e, se observa movimentos estereotipados constantes. É como se o mundo não fosse interessante para a criança, ela não busca entendê-lo, interagir com ele na forma como nos disponibilizamos, a criança autista parece ter sua própria lógica, seu mundo particular.

No autismo, as crianças às vezes começam a falar cedinho, a balbuciar (‘ma ma’, ‘pa pa’), mas há um corte, e, quando ela retoma, faz repetições de palavras até mesmo pequenas frases, muitas vezes de forma descontextualizada com o ambiente em que está inserida. Com a estimulação adequada, essas falas começam a ser feitas com sentido e diálogos podem ser estabelecidos. Quanto mais interação, quanto mais estímulo de troca houver, mais a comunicação começa a exercer sua função social, de se fazer entender pelo outro e de conseguir o que ela quer nessa relação.
Eles podem ter, em termos de processamento sensorial, incomodo com o barulho, com som muito alto; interesse por objetos que giram, como ventilador, objetos que eles colocam girando.

Atualmente, alguns estudos trazem traços orgânicos para essa síndrome. São crianças que podem apresentar alguma falha neurológica, nos neurônios espelhos, que são neurônios que possibilitam a empatia, que fazem com que eu me interesse por você e você se interesse por mim. Não é mais como antigamente, quando o autismo restringia-se a relação mãe e filho. Hoje, levantam-se possibilidades, do orgânico a interação social.

Na síndrome de Asperger, observa-se uma dificuldade na fala e uma interação restrita com as pessoas, dificuldade em se colocar no lugar do outro, só compreendem uma a idade cronológica, mas outras não. Têm aí uma defasagem na simbologia, principalmente da leitura e da escrita que tem tudo a ver com o código lingüístico, que diz respeito a interação com o mundo em volta. Para algumas crianças, é mais difícil conseguir decodificar as letras e as palavras. A partir do momento em que se consegue interagir mais, ela fica mais presente na relação com o outro e evolui-se nesse aspecto cognitivo. Baixe aqui entrevista na íntegra em PDF.

Gabriel: des-caminhos de um surdo

Autoras: Camila Maria Rodrigues; Regiane Maciel de Almeida

Este relato trata da história de vida de um rapaz surdo, que aqui chamaremos de Gabriel. A entrevista foi realizada em sua casa com a ajuda de sua irmã mais velha que traduziu o que ele dizia em libras.

Quando o menino nasceu ninguém sabia da sua deficiência, todos o achavam “normal” por não apresentar nenhuma deficiência aparente. A criança não recebia muita atenção das pessoas. A mãe não brincava com ele, não proporcionava atividades para que ele desenvolvesse logo a fala. Já o pai passava a maior parte do seu tempo no trabalho e quando chegava a sua casa já era para dormir.

Com o passar do tempo, no seu aniversário de dois anos, ganhou um presente que fazia muito barulho. Foi neste momento que sua mãe percebeu que havia algo de estranho, pois o brinquedo fazendo todo aquele barulho não chamava atenção de Gabriel. Neste momento veio a preocupação.

A mãe então decidiu levar seu filho a um médico no hospital Albert Sabin. Chegando lá foram feitos vários exames e detectaram a perda de audição. Após a descoberta, Gabriel passou 2 anos fazendo tratamento no hospital. Ao completar cinco anos iniciou o jardim I em uma escola regular. Com muitas dificuldades, não conseguiu aprender nada. Mesmo assim, passou 2 anos nessa escola e após este período a mãe o colocou em uma outra escola regular.

Na nova escola em que entrou, tornou-se agressivo por não ser compreendido pelos colegas e professores. Como só se expressava com as mãos, os coleguinhas achavam que ele tinha outra opção sexual, dentre outras dificuldades... E assim passou mais dois anos nesta escola.

Como não conseguia aprender nada, sua mãe fazia sempre com que ele repetisse o ano. Sua irmã mais nova conseguiu alcançá-lo na mesma série e ela começou a chorar dizendo que não queria estudar como o irmão por que tinha vergonha dele. E por isso aproveitando que seu pai é policial, ela fez teste de seleção para o colégio da policia militar e passou a estudar lá para ficar longe do irmão.

Nesse conflito todo, a diretora da escola, que também era psicóloga, indicou para a mãe de Gabriel aulas de fonologia na UNIFOR, lá o tratamento era gratuito e eram fornecidas as passagens do transporte. Nesse tempo, com a mãe já ficando distante, quem levava ele para a UNIFOR era a avó e a tia, e com o passar do tempo ele começou a ir sozinho.

Na UNIFOR viram que ele tinha uma dificuldade muito grande para falar, aliás nem falava, e indicaram a ele outro colégio CAS – Centro de Atendimento às Pessoas com Surdez, cujo objetivo é criar condições adequadas para o desenvolvimento pleno das potencialidades do educando. É uma escola especializada para atender pessoas com surdez. Chegando lá, logo ele se identificou com as libras, que era um meio muito mais fácil para a sua comunicação. Assim Gabriel deixou até o tratamento de fonologia.

O Gabriel estudou nesse colégio até concluir o ensino médio. Nesta escola ele se identificava com todos, não havia preconceitos contra ele, e ainda construiu várias amizades. Com o passar do tempo o rapaz tornou-se um aluno tão desenvolvido que até hoje, mesmo já tendo terminado o ensino médio alguns colegas da escola vão até a sua casa para tirar dúvidas.

Quando ele terminou o ensino médio não conseguiu entrar na faculdade, pois o governo não fornece tantos recursos para os deficientes. Então fez vários cursos que ajudou no seu profissionalismo e se inscreveu nos programas de trabalho que oferecem vagas para os deficientes e assim conseguiu um emprego.

Gabriel depois que entrou no colégio para surdos não contou mais com a ajuda da mãe que já era pouca, ele por si só fez cursos, foi atrás de empregos, criou vários amigos, compra com seu dinheiro suas necessidades, e conseguiu superar os preconceitos que infelizmente ainda existem. Hoje ele se diz muito feliz por poder ganhar seu próprio dinheiro e não depender mais tanto de sua mãe.

Sua relação com a família não é boa. Sua mãe só se preocupa em trabalhar e em cuidar de si própria. Seu pai também só vive para o trabalho. Já as irmãs, uma tem pouquíssimo contato por não saber e nem se interessar em aprender libras, e a outra é a única que ainda conversa com ele, pois se interessou em saber um pouco de libras. Mas, mesmo com todas essas dificuldades Gabriel continua forte, e tem muita garra para ir à busca de seus sonhos sem deixar que ninguém o desmotive.

Hoje Gabriel é visto como um exemplo de superação onde sua deficiência e o preconceito não foram maiores do que a sua perseverança. Porém muitos deficientes desistem dos seus sonhos, e o principal fator da sua desistência não chega a ser a sua deficiência, mas sim a forma de como a sociedade o encara.

Como é tratado o turismo para pessoas com deficiência?

Alunas autoras do trabalho: Havenna Lima e Renata Gomes


Esse vídeo traz em sua essência o descaso das políticas públicas atuais que asseguram condições básicas de acessibilidade para portadores de deficiência. Segundo a Setfor, o Turismo para portadores de Necessidades Especiais, em Fortaleza, encontra-se somente na teoria, em projetos. A música If I can dream interpretado por Elvis Presley e Celine Dion descreve um mundo diferente do que temos hoje, um lugar “onde todos os meus irmãos caminham de mãos dadas”. Abaixo traremos a tradução da música If I can dream de Elvis Presley.

IF I CAN DREAM (SE EU POSSO SONHAR)
Elvis Presley

Deve haver luzes mais brilhantes em algum lugar,
Tem que haver pássaros voando mais alto em um céu mais azul.
Se eu posso sonhar com uma terra melhor,
Onde todos os meus irmãos caminham de mãos dadas,
diga-me: por que meu sonho não pode se realizar.

Deve haver paz e compreensão muito breve,
Ventos fortes com a promessa
De empurrar para longe a dúvida e o medo.
Se eu posso sonhar com um sol mais brilhante
Que ilumine a esperança sobre todo o mundo,
Diga-me: porque esse sol não vai aparecer?

Estamos perdidos numa nuvem espessa de chuva,
Estamos presos num mundo perturbado pela dor.
Mas enquanto um homem tiver forças para sonhar,
Ele pode libertar sua alma e voar.

No fundo do meu coração há uma pergunta ansiosa
Mas estou certo que a resposta virá de alguma forma
Lá fora no escuro há uma vela acenando
E enquanto eu puder pensar, enquanto eu puder falar
Enquanto eu puder ficar em pé, enquanto eu pude andar,
Enquanto eu puder sonhar, por favor,
Deixem meu sonho se tornar realidade.
Agora mesmo!

3 de fevereiro de 2010

Reitor Assis Araripe conhece o Projeto UECE Acesso

O Projeto de Acessibilidade e Mobilidade das Pessoas com Deficiência na UECE - UECE Acesso, que vai possibilitar discussões sobre metas e programas de ações que possam assegurar a inclusão social e educacional, o acesso e a mobilidade de todas as pessoas com ou sem deficiência na UECE, foi mostrado na manhã desta segunda-feira (01/02), ao Reitor da Universidade Estadual do Ceará (UECE), prof. Francisco de Assis Moura Araripe. A coordenadora geral do projeto, profa. Tarcileide Maria Costa Bezerra fez uma exposição detalhada sobre o trabalho, no gabinete do Reitor, e disse que os investimentos para sua implantação serão da ordem de R$ 334 mil, já autorizados pelo Governador Cid Gomes.

Professora Tarcileide anunciou, na ocasião, que o projeto será lançado, oficialmente, ainda no primeiro semestre de 2010, durante o “I Seminário Inclusão de pessoas com deficiência na UECE: desafios e caminhos”. Entre as ações previstas estão: Acessibilidade Física; Acessibilidade Pedagógica com adequação da Biblioteca Central; Formação Pedagógica de Professores, que consistirá das seguintes atividades: Seminário, Oficinas e Atividades de Extensão (Cursos e Pesquisas).

O projeto inclui ainda outros objetivos como a criação de fluxo de comunicação na UECE, visando articular ações que possibilitem a acessibilidade e mobilidade para todos; o de sensibilizar professores, funcionários e alunos para a inclusão educacional no ensino superior; discussões alternativas para formação docente no âmbito dos processos de educação inclusiva no ensino superior; e socializar experiências docentes e discentes relacionadas à educação das pessoas com deficiência na UECE.

A Comissão de Elaboração do Projeto UECE Acesso, que tem a coordenação geral da professora Tarcileide Maria Costa Bezerra (da Pró-Reitoria de Graduação - PROGRAD e da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos - FAFIDAM, em Limoeiro do Norte), é integrada ainda pelas professoras Elivânia da Silva Moraes (PROGRAD/CESA- Centro de Estudos Sociais Aplicados), Maria de Lourdes Fernandes (CED - Centro de Educação), Renata Rosa Russo Pinheiro Costa Ribeiro (CED), Rita de Cássia Magalhães (CED), da aluna do Mestrado Acadêmico em Educação da UECE, Ana Paula Lima Barbosa Cardoso, e do engenheiro civil da UECE, Gerardo Oliveira de Almeida.

Estiveram presentes no gabinete do Reitor para conhecer o projeto o Vice-Reitor, prof. Antônio de Oliveira Gomes Neto, os Pró-Reitores do Planejamento, Vladimir Spinelli, de Graduação, profa. Lineuda Murta, de Extensão, profa. Celina Ellery, e todos que integram a comissão de elaboração do projeto.

Contato: professora Tarcileida Bezerra, telefone 3101-9622
Fonte: http://www.uece.br/

25 de janeiro de 2010

Já ouviu falar em Síndrome de Rett?

Alunas autoras: Lidiane Sousa Lima e Luana Gurgel de Alencar

O texto a seguir tem como o objetivo conceituar a síndrome de Rett. Apresentaremos a sua origem, os primeiros estudos feitos sobre essa doença, suas causas, sintomas e tratamento.

A síndrome de Rett é uma doença neurológica de causa genética que afeta uma a cada 10.000 a 15.000 meninas nascidas vivas. É a segunda causa mais freqüente de deficiência mental em meninas.

A criança começa a desenvolver os sintomas entre os 6 a 18 meses de vida e que evoluem em quatro estágios progressivos. Compromete progressivamente as funções motoras, intelectual assim como distúrbios de comportamento e dependência. Ela perde gradativamente habilidades adquiridas como fala, capacidade de andar e surgem as estereotipias manuais (movimentos repetitivos e involuntários das mãos), que é característica marcante da doença.

A síndrome de Rett foi descrita inicialmente em 1966, pelo pediatra austríaco Andreas Rett (1924-1997), que observou algumas meninas com sintomas parecidos, de acordo com (apud, Rett, 1992) citado por (MONTEIRO 2007) são: comportamento autístico, demência, apraxia, estereotipias manuais e perda da expressão facial o que despertou nele a curiosidade de estudar aquela doença procurando outras pacientes com os mesmos sintomas.
Em 1966, Dr. Rett publicou os resultados da sua pesquisa sobre essa doença e continuou a divulga artigos nos anos seguintes, no entanto seu trabalho não teve muita repercussão, pois era publicado em alemão. O médico sueco Dr. Bengt Hagberg (1923) também fez estudos sobre a mesma doença e foi a partir dele que o interesse se universalizou. Em 1983, o Dr. Hagberg publicou o primeiro trabalho científico em inglês sobre a síndrome de Rett.

No Brasil a primeira publicação foi realizada por Rosemberg et AL em 1987 com a descrição de 5 casos. Em 1990, o Serviço de Neuropediatria do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) publicou 7 casos.

São vários os sintomas dessa doença que podem ser identificados em um exame clínico por um pediatra ou neurologista. Diminuição do crescimento da cabeça à medida que a idade aumenta; Perda do uso propositado das mãos; Movimentos manuais estereotipados (torcer, agitar, esfregar, bater palmas); Afastamento do convívio social; Regressão de aquisições já adquiridas, como andar e falar, prejuízos na compreensão, raciocínio e comunicação; Alterações no comportamento, como choro intenso sem motivo aparente e auto-agressão. Algumas pacientes podem apresentar distúrbios respiratórios (hiperventilação, apneia, expulsão forçada de ar e saliva, aerofagia); Bruxismo (ranger os dentes); Distúrbios do sono; Tônus muscular anormal; Uma fraca circulação das extremidades inferiores deixando as pernas e os pés muitas vezes frios e com um aspecto azulado ou arroxeado. Cifose/escoliose progressiva; Retardo no crescimento; Pés e mãos pequenos e finos; Crises convulsivas entre 50% e 70% dos casos. Leia aqui texto na íntegra.

Arte e Deficiência Visual

Alunas responsáveis pelo trabalho: Ana Carolina Cardoso Avelino e Sheila Rocha Bandeira


A seguinte atividade proposta para a disciplina de Fundamentos da Educação Especial trata de uma entrevista feita com Alexandre Cassiano: um estudante do curso de Música na Universidade Estadual do Ceará – UECE. A escolha por ele se deu pela curiosidade já que sempre o víamos pelos corredores da universidade usando a blusa do curso de Música. Sua presença nos chamava atenção e tínhamos muita vontade de conversar com ele, então, fizemos deste trabalho esta oportunidade de conhecê-lo.

No dia 26 de Dezembro a entrevista foi realizada em sua casa e quem nos recebeu foi sua mãe – Dona Edite. Nosso roteiro de perguntas envolvia questões sobre sua realidade como deficiente e de como a música surgiu em sua vida. Alexandre nos relatou que o seu caso foi ocasionado por um acidente com arma, quando ainda era criança. Ele já possuía gosto pela música e nos contou que costumava escutar algumas músicas de Elvis... E assim foi desenvolvendo suas habilidades artísticas a partir dessa situação. Confira o vídeo.

23 de janeiro de 2010

Identidade e Cultura Surda

Alunos autores do trabalho: José Orlando Jr. Cezanildo Lima


Quem já se viu diante de um diálogo entre surdos? Quem já não se perguntou se aqueles sinais feitos com as mãos não seriam apenas sinais? Um novo horizonte se abre diante daqueles que começam a descobrir uma nova realidade como a Cultura Surda. O vídeo é uma entrevista com Francisco Elvis de Lacerda, um surdo que faz nível superior e que já foi presidente da Associação dos Surdos de Maracanaú. No vídeo mostra a opinião dele sobre diversos temas como LIBRAS, mercado de trabalho, educação, família, dentre outros, sempre buscando ver a realidade da vida dos surdos e de suas organizações, em um rápido pensar sobre os seus problemas. O vídeo nos provoca a repensar nossos conceito e a valorizar não só os surdos, mas também as mais diversas diferenças.

20 de janeiro de 2010

A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a educação

Autoras: Alunas Isabel Cristina de Lima e Maria José de Lima

O presente trabalho propõe um estudo sobre a Língua Brasileira de Sinais, entendendo desde seu surgimento aqui no Brasil até dias atuais. Outro fator importante que será mencionado neste trabalho é fato de LIBRAS se tornar uma disciplina obrigatória, assim tornando possível maior abertura para o processo de inclusão. Trata-se de uma resenha conceitual embasada nos textos referendados na bibliografia citada no final do trabalho.

A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) constitui como uma das mais importantes linguagens para possibilitar o estabelecimento de comunicação entre os indivíduos com deficiência auditiva como também destes com os ouvintes, estabelecendo relações sociais que os integram. Na sociedade ouvinte a LIBRAS representa uma forma natural de linguagem emergida da necessidade de comunicação social. Além de ter o papel de compreensão da língua a LIBRAS representa a expressão cultural.

Segundo Menezes (2006), o Brasil passava pelo o período de colonização portuguesa, governado pelo o Imperador Pedro II, quando a língua de sinais para surdo chegou aqui no Brasil. O conde francês Ernest Huet que era surdo foi o que teve iniciativa de trazer um manual francês e alguns sinais.

Atualmente, entende-se por Libras de acordo com a Legislação de Libras do Brasil da Lei nº 10. 436 de 24 de abril de 2002 art. 1º, parágrafo único:
A forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.

A surdez apesar de condicionar um comprometimento sensorial, não priva sujeito algum de desenvolver outras áreas, como cognitiva ou física. Sendo assim infere-se que é preciso valorizar as variadas formas de comunicação como é o caso da LIBRAS que é um meio pelo qual o deficiente auditivo pode estabelecer sua integração social, o que condicionará aspectos positivos para o seu processo de aprendizagem. Baixe aqui arquivo na íntegra.

Uma reflexão sobre Autismo

Alunos autores: Giuseppe Bonazi Moura e Thiago Halley Santos de Lima

O autismo é encarado pela sociedade com e preconceito e muita desinformação, pois nossa sociedade valoriza os indivíduos que são considerados “normais” e não busca compreender a complexidade e as especificidades pelo fato de não querer reconhecê-la socialmente.

A tendência natural da sociedade é discriminar e estereotipar os portadores de qualquer deficiência. Contudo, uma reflexão aprofundada acerca do tema, faz-se necessária, para a mudança do pensamento, da postura e de atitudes frente a essa realidade cada vez mais latente.

Percebemos que atualmente as atenções da sociedade tem se voltado, de forma mais evidente aos grupos minoritários como: deficientes auditivos, visuais, físicos, afrodescendentes e etc., ou seja, aos indivíduos, que de alguma modo, estão excluídos. O presente trabalho almeja elucidar algumas questões conceituais referente a pessoa autista.

A etimologia da palavra “autismo” vem do grego “autos” que significa “próprio” ou “de si mesmo” (SOUSA & SANTOS, 2005). O autismo pode ser entendido como um problema no qual os indivíduos apresentam certo desprezo com o mundo exterior possuindo um alto grau de concentração em si mesmo, assim, encontra grandes dificuldade em relacionar-se com o outro e com o mundo a sua volta.

Descrito pela primeira vez, de modo mais cientifico, por Kanner em 1943, quando este psiquiatra americano agrupou um conjunto de comportamentos aparentemente característicos que teoricamente podiam identificar as crianças com autismo. A partir deste fato começou a delimitação e o estudo científico desta síndrome. Baixe aqui arquivo na íntegra.

Um lugar especial chamado Instituto Moreira de Sousa: Relatório de visita

Alunas autoras: Mayara Hemellyn Lopes Mendes e Mônica Larissa Alves de Souza


Fundado em fevereiro de 1972, por Dagmar Moreira Leitão, o Instituto Moreira de Souza tem contribuído para reabilitação e educação de indivíduos com deficiência intelectual, síndrome de down, paralisia cerebral, deficiências múltiplas, autismo e dificuldades na aprendizagem, trabalhando o desenvolvimento das potencialidades e a inclusão dos alunos na família, na escola e na sociedade.

Para isso, conta com uma equipe composta por profissionais das mais diversas áreas: assistentes sociais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos, pedagogas, psicomotricistas, psicólogos, docentes especializados, instrutores de cursos e recreadores. Vale ressaltar, que esses profissionais não ficam isolados em suas área de atuação, mas interagem entre si, para realização de um acompanhamento transdiciplinar de seus usuários, além de otimizar seus serviços.

O Instituto é uma organização não governamental, filantrópica sem fins lucrativos, considerado de utilidade pública municipal e estadual. Hoje, atende aproximadamente 300 pessoas, a maioria pertencente à periferia de Fortaleza, submetida a uma situação sócio-econômica pouco favorável.

Grande parte de seus alunos estão matriculados em escolas regulares como prevê a nova política de educação especial. Pois, a instituição prima por contribuir para inclusão destes indivíduos em todos os âmbitos da sociedade, inclusive no escolar. Todavia, segundo consta, uma pequena parcela dos alunos ainda não está incluída em salas de aula regular, devido à falta de estrutura de algumas escolas de Fortaleza.  Baixe aqui arquivo na íntegra.

14 de janeiro de 2010

Outro olhar para Uma Lição de Amor*

Alunas autoras Bruna Eliza de sousa Lima e Priscila Fernandes de Souza

“Uma Lição de Amor” conta a história de Sam (Sean Penn), um homem com uma deficiência mental que limita sua capacidade intelectual a de uma criança de sete anos. O drama de Sam começa quando a guarda de sua filha Lucy (Dakota Fanning) lhe é tirada partindo do pressuposto de que ele seria incapaz de cuidar da criança, uma vez que a capacidade intelectual da menina já começa a ultrapassar a do pai. A partir desse fato é que se desenrola toda a trama, quando Sam recebe ajuda de seus amigos e da advogada Rita (Michelle Pfeiffer) para ter de volta a guarda de sua filha.

Pai e filha são abandonados pela mãe logo após o nascimento da menina, então Sam fica com a tarefa de cuidar sozinho dela, recebendo apenas alguma ajuda de uma vizinha e amiga, e de seus outros amigos. Ele tem uma rotina normal, trabalha em uma cafeteria, cuida da filha, sai com os amigos. Mas sua vida sofre uma reviravolta no dia do aniversário de sete anos de Lucy, quando uma assistente social vai até a casa de Sam buscar a garota para levá-la a um abrigo para menores já que a justiça determina que ele não tem condições de educar nem cuidar da menina.

Apesar de todo o drama que cerca a vida de Sam, é possível nos depararmos com cenas e fatos bem engraçados. O fato de ele ser um apaixonado por Beatles e saber de todas as informações sobre a banda (músicas, álbuns e suas respectivas datas de lançamento, etc.) e informações pessoais sobre cada um de seus integrantes, assim como também as cenas em que ele contracena com seus quatro amigos que também possuem deficiências mentais. São momentos que dão certo toque de humor e leveza ao filme, deixando de lado, por alguns instantes, a tensão que Sam e Lucy vivem.

O filme busca abrir nossos olhos para o fato de que a deficiência mental não interfere nem limita a capacidade de amar de uma pessoa. Muitas vezes acreditamos que a deficiência mental faz com que seu portador não tenha noção alguma de sentimentos, ou seja, que ele não saiba o que é amor ou mágoa, por exemplo. Talvez até dependendo do grau e da deficiência ele não tenha uma definição exata do que representam esses sentimentos, mas isso não o impede de sentir. Sam tem a idade mental, a inocência e a sinceridade de uma criança de sete anos, mas isso não o impede de amar sua filha e lutar com todas as suas forças para tê-la ao seu lado novamente.

*Esta é a segunda resenha que o blog apresenta sobre o filme Uma lição de Amor. Leia primeira

11 de janeiro de 2010

A contribuição do psicopedagogo na aprendizagem do Sistema Braille

Aurilene Rodrigues Pontes e Edna dos Santos Leite Brito

Apresentaremos aqui uma resenha conceitual sobre monografia de Ruth Teixeira que ressalta a importância da psicopedagogia no processo da aprendizagem do Sistema Braille, com o objetivo de oferecer informações sobre a situação sociocultural do cego, seu desempenho escolar e a sua integração social e profissional.

A monografia está dividida em três capítulos. No primeiro capítulo Ruth Teixeira apresenta a conceituação e um breve percurso histórico da deficiência visual. A autora aqui vai ressaltar que as pessoas com deficiência visual eram considerados como estorvos pelos povos antigos e quando não eram eliminadas ao nascer, eram vítimas de preconceitos e viviam a margem da sociedade.

Durante muito tempo, as pessoas portadoras de cegueira assim como as demais deficiências, sofreram grandes discriminações, que ainda hoje são constatadas por parte da sociedade, decorrente do fato de que “o ‘deficiente’ muitas vezes é tido como ‘cidadão de segunda classe’, o qual foge ao familiar, ao usual, ao esperado, ao simétrico, ao belo, ao perfeito... “(Amaral 1992)

Foram descritos também no primeiro capítulo os procedimentos e recursos metodológicos da aprendizagem do sistema Braille. O sistema Braille criado pelo francês Louis Braille é um código universal de leitura e escrita, o qual permite as pessoas que não possuem visão, não só ler como escrever, tendo acesso a livros dos mais variados tipos, integrando-lhes no universo cultural da palavra escrita.

Para escrita Braille o deficiente visual utiliza a reglete (uma prancheta de madeira, metal ou plástico), uma régua que possui as janelas correspondentes às alas Braille, um punção que forma o símbolo Braille (o ponto) correspondentes às letras, números ou abreviaturas desejadas e folhas de papel tipo CHAMEX 40 kg, para garantir a melhor impressão do sistema em relevo. O tato é o sentido decisivo na capacidade de utilização do Braille. Leia artigo na íntegra. (PDF)

6 de janeiro de 2010

Deficiência Mental e/ou intelectual: teorias e fases.

Alunas autoras: Karla Evangelista e Walquiria Carvalho

O texto que segue é uma resenha conceitual e histórica sobre Deficiência Mental/Intelectual dos artigos “O deficiente mental nos artigos da Revista Educação (1927-1946)”, de Maria Vilela e “Deficiência Mental” de Ana Santana. Tratam sobre os diferentes conceitos adotados ao longo da história sobre deficiência mental e como esse processo de mudanças ocorreu e se refletiu na sociedade e, por conseguinte na educação.
Para Santana a deficiência mental decorre de problemas situados no cérebro que causam baixa produção de conhecimento, dificuldade de aprendizagem e um baixo nível intelectual.
Para os positivistas, como afirma Vilela, a deficiência mental era uma patologia, o sendo por “fugir” dos padrões de normalidades estabelecidos socialmente onde, a normalidade estaria ligada a saúde e a anormalidade à patologia (doença).
Skrtic (1996), segundo Vilela, apoiava que existem dois modelos teóricos para se pensar o que seria a normalidade e a anormalidade, o modelo patológico, baseado em sintomas biológicos; e o estatístico, baseado numa média calculada sobre um atributo real em uma sociedade, podendo o individuo se encontrar em quantidades de anormalidades pequenas ou grandes em relação a característica calculada.
Essa visão é utilizada como bases por vários autores para fundamentar suas diferentes concepções a respeito da deficiência mental/intelectual, mesmo que em alguns pontos estes autores entrem em desacordo.
Constatamos ainda que as pessoas que portam essa deficiência são vistas como “incapazes” e que ao longo da história vem sendo tratadas e atendidas de inúmeras maneiras, entre elas uma das mais fortes é a assistencialista e nós ainda temos visto isso atualmente. É bem complicado falar sobre essa deficiência pois, a cognição humana é uma área onde não existem verdades absolutas e nem permanentes. Baixe aqui texto na íntegra em PDF

Deficiência Física

Alunas Autoras Havenna Lima e Renata Gomes

O presente trabalho tem como objetivo a delimitação conceitual de Deficiência Física. Serão mencionados, também, dados estatísticos e algumas causas da deficiência.
A Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência foi promulgada pela Assembléia-Geral das Nações Unidas (ONU), no dia 3 de dezembro de 2006, e, assinada pelo Brasil no dia 30 de maio de 2007. Segunda ela, “pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas”.
No contexto nacional, o Decreto 3.298/99 faz as devidas distinções entre a deficiência, deficiência permanente e a incapacidade. Em seu artigo 4°, estipula que é considerada pessoa portadora de deficiência física a que “apresenta alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções”.
Devemos considerar que as alterações podem ocorrer em vários níveis: ósseo, articular, muscular e nervoso. Dentro dessa classificação, observamos não só as alterações anatômicas, mas também as alterações fisiológicas do aparelho locomotor. Em síntese podemos dizer que a deficiência física é a perda total ou parcial dos movimentos de um ou mais membros onde, dependendo do grau de comprometimento pode ser uma paralisia ou paresia. Baixe aqui texto na íntegra em PDF