17 de agosto de 2009

Resenha do livro "Um antropólogo em Marte", texto "Ver e não ver".


SACKS, Oliver. Ver e não ver. In: Um Antropólogo em Marte: sete histórias paradoxais. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

por Nathália Laurentius e Luzia O. de Sousa, alunas da disciplina

O livro Um Antropólogo em Marte foi lançado no Brasil em 1995. O autor, Oliver Sacks, é um neurologista com grande habilidade para narrar distúrbios neurológicos complexos, de forma que o leitor acaba sendo completamente absorvido pelas incríveis histórias de vida de seus pacientes.

Em “Ver e Não Ver”, Virgil com 50 anos, era praticamente cego, portador de uma doença hereditária que acabava aos poucos com sua retina. Amy era sua noiva e tinha um enorme desejo que ele fizesse uma cirurgia de catarata para que no dia do casamento pudesse ver tudo que lhe acontecia. No dia seguinte da operação do olho direito, Amy iniciou um diário contando tudo o que acontecia com seu noivo, suas primeiras sensações, visões e descobertas. Para Virgil houve uma enorme transformação em sua vida, pois já era bem acostumado com a vida que levava antes da cirurgia. Muitas vezes não conseguia utilizar da visão para identificar algo e sempre voltava a utilizar o tato como ferramenta. Uma pessoa que passa 50 anos sem enxergar, cria sua própria visão de mundo e para ele era muito complicado ver algo como um todo, e via sim coisas fragmentadas, por partes. Depois da operação do olho esquerdo Virgil melhorou a sua visão e se mostrava mais assentado em suas maneiras, apesar de tudo que passou se saiu muito bem, “mostrando um aumento constante em sua capacidade de apreender o mundo visual”.
Enfim, após 4 meses da cirurgia, Virgil desfalecera com pneumonia lombar, o que fez com que perdesse a visão novamente e assim teve que reaprender a ser cego novamente.
Esta história demonstra como o processo de visão não é só uma fotografia de mundo, mas é necessário para o cérebro interpretar os sinais que recebe dos olhos.
Essa história serviu como base para o roteiro do filme “A Primeira Vista”.


5 comentários:

  1. Que interessant!
    Deu vontade de ver o filme =)

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. O interessante é percebermos que apesar dele ter voltado a enxergar, apenas, durante 4 meses, ao perder novamente a visão teve que reaprender a conviver com a ausência dela . Como alguém que conviveu há 50 anos sem a visão, não consegue se adaptar a sua ausência, já que só passou 4 meses com ela. É no minimo intrigante!

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  4. Eu acho que quando ele conseguiu recuperar a visão ele se sentiu "cego" pois no seu mundo de não vidente ele já estava adaptado e voltar a enxergar deve ter sido complicado pois exige um novo processo de adaptação.Mas ele ficou cego novamente e mesmo tendo passado 50 anos de sua vida cego ele teve que reaprender ser cego novamente.

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  5. Esta resenha está bem colocada e pude compreender o que se passa no livro despertou uma vontade de procurar para ler pois a história é fascinante onde o personagem é cego conseguem voltar enxergar por quatro meses e de novo volta a ser cego, tendo que uma pouca adaptação.

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